Normas - Rede de Dados
Normas para estruturação de redes informatizadas
Normas
EIA/TIA 568
EIA/TIA 569
EIA/TIA 606
EIA/TIA 607
EIA/TIA 570
1. Introdução
1.1 A evolução dos computadores
Quando os primeiros computadores apareceram em meados dos anos 50, eles eram máquinas de processamento de dados enormes, cuja demanda de capital para a sua aquisição e manutenção era extremamente elevada, sendo suportada somente por grandes empresas. Desde então, eles têm seguido umas certas tendências principais:
- Diminuição de tamanho;
- Aumento da capacidade de processamento;
- Diminuição de preços.
Esta evolução teve, como ponto culminante, a invenção dos microcomputadores, que levaram a informática até mesmo para dentro das casas da pessoas.
Durante as primeiras gerações de computadores, a operação e a programação eram tarefas altamente especializadas, que necessitavam de profissionais extremamente capacitados. Com o surgimento dos computadores pessoais houve uma grande evolução na área de software, através da utilização da capacidade e facilidade de uso destas máquinas ( relativa aos grandes computadores ). A partir daí desenvolveu-se o conceito de ferramentas user-frindely, o que permitiu que pessoas comuns possam fazer uso destas máquinas.
A conseqüência imediata destas evoluções foi o fim da estrutura hierárquica implementada pelos grandes computadores, onde toda capacidade de processamento está concentrada em um só ponto. Com isso, os microcomputadores começaram a se espalhar pelas empresas, fazendo com que os usuários não mais dependessem do Mainframe para digitar seus textos, calcular suas tabelas, etc. Criaram-se, então, vários focos de processamento distribuídos geograficamente, o que gerou, também, uma distribuição dos dados.
A comunicação entre os computadores tornou-se necessária na medida em que estes focos de processamento e informação foram se distribuindo, o que dificultou o acesso a informações vitais para o funcionamento e gerenciamento da empresa. As redes de computadores surgiram para resolver este problema : os vários pontos de processamento são interligados entre si, permitindo que as informações armazenadas nestes pontos sejam compartilhadas.
1.2 A evolução das instalações de redes
Com a proliferação dos computadores pessoais na década de 80, uma mudança relevante ocorreu na informática. Antes do advento do computador pessoal, as informações eram armazenadas em repositórios centrais, localizados nos Mainframes e eram acessados mediante o uso de terminais de vídeo. Os computadores pessoais proporcionaram ao usuário capacidade de processamento e liberdade de escolha inigualáveis, resultando porém, na criação de pequenas ilhas de informação, inacessíveis a outros indivíduos da organização.
Alguma forma de conectividade tornou-se necessária para a transfer6encia de dados e aplicações entre os PCs. O método usado inicialmente consistia em rodar as aplicações entre PCs, utilizando-se um disquete para transferência. Esta técnica, que se tornou conhecida como Sneaker-net, foi então substituída por outras mais eficientes, até o estabelecimento das LANs (Local Area Network).
Em geral as organizações conectam seus computadores para compartilhar dados, aplicações, periféricos de alto custo e permitir a comunicação eletrônica entre os usuários. As LANs são definidas como um grupo de computadores interligados, localizados no mesmo prédio ou ao menos, em áreas próximas. Quando linhas telefônicas alugadas, microondas, enlaces de satélites, etc., são usadas para interligar computadores ou LANs distantes umas das outras, uma rede WAN ( Wide Area Network ) é criada.
Uma das maneiras de compartilhar o acesso aos dados é colocá-lo em um computador que possa ser acessado por todos a partir de suas estações de trabalho. Este dispositivo, chamado de servidor de arquivos é capaz de oferecer serviços a um grande número de usuários simultaneamente.
Uma rede é um sistema onde ocorre transferência de informação. Redes de computadores incluem todo o Hardware e Software necessários para conectar computadores e outros dispositivos eletrônicos a um canal de forma que possam se comunicar entre si. Os dispositivos que compõe uma rede são chamados de nós ou pontos, podendo variar de dois a milhares de pontos.
O processo de informatização utilizando-se redes locais LANs ou WANs é hoje uma necessidade e está crescendo a cada dia abrangendo praticamente todos os ramos de atividades e englobando todos os setores das corporações, para que se possa ter o desempenho esperado e crescer sem maiores traumas, de forma ordenada e sob o controle do seu responsável.
1.3 A importância do planejamento
Em comparação com o investimento realizado em outros componentes de uma rede, o cabeamento tem uma duração praticamente ilimitada. Tanto o software quanto o hardware de sua rede tem duração estimada de no máximo 5 anos, segundo pesquisas mais recentes. O cabeamento de sua rede, se bem planejado e executado pode durar por vários anos, e se manter durante a mudança dos equipamentos e sistemas que provavelmente irão se tornar obsoletos.
Salienta-se que esta durabilidade garante o funcionamento dos materiais envolvidos mas não as evoluções tecnológicas, ou seja, se neste tempo surgirem novas tecnologias que necessitem mais do cabeamento em termos de taxa de transmissão, o mesmo deverá ser trocado.
1.3.1 O que considerar na hora de planejar
Ao iniciar o trabalho de especificação de uma rede, devemos tentar olhar para o futuro, imaginando não nossa empresa hoje, mas como ela será, ou que poderá acontecer amanhã. Essas considerações são fundamentais para o planejamento da rede. Assim quando começar a planejar a rede, devemos levar em consideração os seguintes pontos:
- Escalabilidade: Quanto esta rede poderá crescer e qual o tamanho deste crescimento.
- Densidade populacional da empresa: Quantos funcionários deveriam ter microcomputadores a curto, médio e longo prazo.
- Serviços de rede: Que serviços serão necessários dentro da rede.
- Desenvolvimento da tecnologia: Por quanto tempo os elementos da rede suportarão as evoluções tecnológicas.
- O ambiente físico da empresa: Que soluções utilizar para não afetar o ambiente e verificar se o ambiente suporta as soluções imaginadas.
2. O cabeamento estruturado
Com o crescimento do uso das redes locais de computadores e a agregação de novos serviços e mídias como voz, dados, teleconferência, internet e multimídia, surgiu a necessidade de se estabelecer critérios para ordenar e estruturar o cabeamento dentro das empresas.
No final dos anos 80, as companhias dos setores de telecomunicações e informática estavam preocupadas com a falta de padronização para os sistemas de cabos de telecomunicações em edifícios comerciais e campus.
Em 1991, a associação EIA/TIA ( Eletronic Industries Association / Telecommunications Industry Association ) propôs a primeira versão de uma norma de padronização de fios e cabos para telecomunicações em prédios comerciais, denominada de EIA/TIA-568 cujo objetivo básico era:
a) Implementar um padrão genérico de cabeamento de telecomunicações a ser seguido por fornecedores diferentes;
b) Estruturar um sistema de cabeamento intra e inter-predial, com produtos de fornecedores distintos;
c) Estabelecer critérios técnicos de desempenho para sistema distintos de cabeamento tradicional, baseado em aplicações.
Assim, os prédios possuíam cabeamento para voz, dados, sistemas de controle, eletricidade, segurança, cada qual com uma padronização proprietária.
Eram fios e cabos por toda aparte, cabo coaxial, par trançado, cabo blindado. Neste cenário, alguns problemas surgiram para desestimular essa forma de cabeamento não estruturado:
- Mudança rápida de tecnologia : Microcomputadores mais velozes, serviços integrados de voz e dados, redes locais de alta velocidade;
- Infra-estrutura de telefonia privada inadequada para novas tecnologias;
- Rápida saturação de dutos, canaletas e outros suportes de cabeamento;
- Inflexibilidade para mudanças;
- Cabeamento não reaproveitável com novas tecnologias;
- Suporte técnico dependente de fabricantes;
- Aumento de custo.
2.1 O sistema de cabeamento estruturado - Conceitos
O conceito de Sistema de Cabeamento Estruturada baseia-se na disposição de uma rede de cabos, com integração de serviços de dados e voz, que facilmente pode ser redirecionada por caminhos diferentes, no mesmo complexo de Cabeamento, para prover um caminho de transmissão entre pontos da rede distintos. Um Sistema de Cabeamento Estruturada EIA/TIA 568A é formado por seis subsistemas descritos abaixo:
- Entrada do Edifício
- Sala de Equipamentos
- Cabeação Backbone
- Armário de Telecomunicações
- Cabeação Horizontal
- Área de Trabalho
2.1.1 Entrada do edifício (Entrance Facilities)
As instalações de entrada no edifício fornecem o ponto no qual é feita a interface entre a cabeação externa e a cabeação intra-edifício e consistem de cabos, equipamentos de conexão, dispositivos de proteção, equipamentos de transição e outros equipamentos necessários para conectar as instalações externas ao sistema de cabos local.
A norma associada EIA/TIA 569 define a interface entre a cabeação externa e a cabeação interna do prédio.
2.1.2 Sala de equipamentos (Equipment Room)
A Sala de Equipamentos é o local propício para abrigar equipamentos de telecomunicações, de conexão e instalações de aterramento e de proteção. Ela também contém a conexão cruzada principal ou a conexão secundária, usada conforme a hierarquia do sistema de Cabeação Backbone.
A Sala de Equipamentos é considerada distinta do Armário de Telecomunicações devido à natureza ou complexidade dos equipamentos que elas contém. Qualquer uma ou todas as funções de um Armário de Telecomunicações podem ser atendidas por uma Sala de Equipamentos.
A norma associada EIA/TIA-569 define, também, o projeto da Sala de Equipamentos.
2.1.3 Subsistema de cabeamento vertical (Backbone Cabling)
O subsistema de Cabeação Backbone ou Cabeação Vertical, consiste nos meios de transmissão (cabos e fios), conectores de cruzamento (cross-connects) principal e intermediários, terminadores mecânicos, utilizados para interligar os Armários de Telecomunicações, Sala de Equipamentos e instalações de entrada.
Os cabos homologados na norma EIA/TIA 568A para utilização como Backbone são:
- Cabo UTP de 100 Ohms (22 ou 24 AWG):
- 800 metros para voz (20 a 300 MHz);
- 90 metros para dados (Cat. 3,4 e 5).
- Cabo STP (par trançado blindado) de 150 Ohms:
- 90 metros para dados.
- Fibra óptica multimodo de 62,5/125 m:
- 2.000 metros para dados.
- Fibra óptica monomodo de 8,5/125 m:
- 3.000 metros para dados.
Para os cabos UTP de 100 Ohms e STP de 150 Ohms, o alcance da cabeação depende da aplicação. A distância de 90 metros para dados em STP é aplicada para largura de banda de 20 a 300 MHz. Por outro lado, na transmissão de dados numa largura de banda de 5 a 16 MHz, o cabo UTP, categoria 3, tem sua distância reduzida de 800 para 90 metros. A distância de 90 metros é aplicada, também, para as categorias 4 e 5 em larguras de banda de 10 a 20 MHz e 20 a 100 MHz, respectivamente.
O subsistema de Cabeação Backbone define, também, outros requisitos de projeto, tais como:
- Topologia em estrela;
- Não possuir mais de dois níveis hierárquicos de conectores de cruzamento (cross-connect);
- Os cabos que ligam os cross-connect não podem ultrapassar 20 metros;
- Evitar instalações em áreas onde existam interferências eletromagnéticas e rádio freqüência;
- As instalações devem ser aterradas seguindo a norma EIA/TIA 607.
2.1.4 Armário de telecomunicações (Telecom Closets)
O Armário de Telecomunicações é o local, dentro de um prédio, onde são alojados os elementos de cabeação. Dentro do Armário de Telecomunicações são encontrados terminadores mecânicos, conectores de cruzamento (cross-connects), terminadores para os sistemas de Cabeação Horizontal e Vertical (patch panel).
2.1.5 Subsistema de cabeamento horizontal (Horizontal Cabling)
O subsistema de Cabeação Horizontal, compreende os cabos que vão desde a Tomada de Telecomunicações da Área de Trabalho até o Armário de Telecomunicações. O subsistema de Cabeação Horizontal possui os seguintes elementos:
- Cabeação Horizontal;
- Tomada de Telecomunicações;
- Terminações de Cabo;
- Cross-Connections.
2.1.6 Área de trabalho (Work Area)
A norma EIA/TIA 568A estabelece que os componentes de cabeação entre a Tomada de Telecomunicações e a Estação de Trabalho devem ser simples, baratos e permitam flexibilidade de deslocamento, sem comprometer a conexão física. Os componentes da Área de Trabalho são:
- Equipamento da estação: computadores, terminais de dados, telefone, etc.;
- Cabos de ligação - cordões modulares, cabos de adaptação, jumpers de fibra;
- Adaptadores.
3. Normas EIA / TIA
A tabela abaixo mostra uma visão geral das normas adotadas no Cabeamento Estruturado.
Norma | Assunto |
EIA/TIA 568 | Especificação geral sobre cabeamento estruturado em instalações comerciais. |
EIA/TIA 569 | Especificações gerais para encaminhamento de cabos (Infra-estrutura , canaletas, bandejas, eletrodutos, calhas.) |
EIA/TIA 606 | Administração da documentação. |
EIA/TIA 607 | Especificação de aterramento. |
EIA/TIA 570 | Especificação geral sobre cabeamento estruturado em instalações residenciais. |
3.1 Especificações dos cabos
A norma EIA/TIA 568 classifica o sistema de cabeação em categorias levando em consideração aspectos de desempenho, largura de banda, comprimento, atenuação e outros fatores de influência neste tipo de tecnologia. A seguir, serão apresentadas as categorias de cabeação com tecnologia de par trançado UTP e STP e de fibra óptica.
3.1.1 Cabos UTP e STP (Cabos par trançado)
Os cabos UTPs são compostos de pares de fios trançados não blindados de 100 Ohms. Este tipo de cabo, nos dias de hoje, são projetados para alto desempenho na transmissão de dados ou voz.
Os cabos de pares trançados blindados STPs, como o nome indica, combinam as técnicas de blindagem e cancelamento. Os STP projetados para redes têm dois tipos. O STP mais simples é chamado "blindado de 100 ohms", pois, a exemplo do UTP, tem uma impedância de 100 ohms e contém uma blindagem formada por uma folha de cobre ao redor de todos os seus fios. No entanto, o formato mais comum de STP, lançado pela IBM e associado à arquitetura de rede token-ring IEEE 802.5, é conhecido como STP de 150 ohms devido a sua impedância de 150 ohms.
Tipos de cabos UTP / STP
3.1.2 Cabos de fibra óptica
Enquanto os cabos de cobre transportam corrente elétrica, os cabos de fibra óptica transportam luz, divido a isso apresentam imunidade a interferências eletromagnéticas e de rádio freqüência. A isenção de ruídos internos possibilita um maior alcance do sinal com integridade.
Também pelo fato de não transportarem sinais elétricos, são ideais para interligação entre prédios e até em Backbones de cabeamento vertical entre andares de um mesmo prédio.
Um cabo de fibra óptica possui dois condutores ( TX e RX ), com dois conectores separados em cada extremidade. Cabos com várias fibras também são muito comuns, assim como cabos para ambientes úmidos, cabos auto-sustentáveis ( para lances em posteamento ), etc.
Tipos de fibra óptica
A fibra óptica pode ser utilizada tanto para a Cabeação Horizontal como para a Vertical. A fibra para Cabeação Horizontal é do tipo multimodo de 62,5/125m m com um mínimo de duas fibras. A Cabeação Vertical ou Backbone utiliza fibras dos tipos multimodo de 62,5/125m m e monomodo formados em grupos de 6 ou 12 fibras.
- Fibra Multimodo
- Possui largura de banda reduzida.
- Baixas velocidades.
- Pequenas distâncias.
- Cabeamento vertical e horizontal.
- Fibra Monomodo
- Maior largura de banda.
- Velocidades entre 2Mbps e 1Gbps.
- Maiores distâncias.
- Cabeamento vertical (Backbone).
3.1.3 Cabos coaxiais
O cabo coaxial é composto de um condutor interno circundado por um material isolante (dielétrico) e este por uma malha de blindagem. Foi até pouco tempo atrás, o meio de transmissão mais difundido para ligações em redes locais.
Tipos de cabos coaxiais
- Cabo coaxial grosso (Yellow Cable)
- Cabo coaxial fino
3.2 Especificação de conectorização
Temos várias possibilidades para o cabeamento de uma rede como : coaxial, par trançado e fibra óptica. Para os diversos tipos de cabos utilizados em redes, existem diversos tipos de conectores, que são elementos mecânicos utilizados para acoplar as placas de comunicação a estes cabos.
Opções para conectorização
Quando se tem uma rede de topologia em estrela, onde o cabo utilizado é o par trançado, geralmente se usa o conector RJ45 nas pontas dos cabos e nas placas de comunicação. Nas placas de comunicação e tomadas os conectores são do tipo “fêmea” enquanto nas extremidades dos cabos, são do tipo “macho”.
Padrões de conectorização RJ45
Visando padronizar o cabeamento, a norma prevê duas possibilidades de conectorização, no que se refere à disposição dos pares nos conectores padrão RJ-45. Estes padrões, denominados 568A e 568B, podem ser utilizados indistintamente, observando-se apenas que, ao optar por uma configuração, a conectorização em todos os dispositivos (Patch Panel, RJ-45 macho e fêmea) deverão ser feitas da mesma forma.
PINAGEM 568A |
PINAGEM 568B |
|||
1 |
BR / VD |
1 |
BR / LR |
|
2 |
VD |
2 |
LR |
|
3 |
BR / LR |
3 |
BR / VD |
|
4 |
AZ |
4 |
AZ |
|
5 |
BR / AZ |
5 |
BR / AZ |
|
6 |
LR |
6 |
VD |
|
7 |
BR / MR |
7 |
BR / MR |
|
8 |
MR |
8 |
MR |
Quando se usa cabo de fibra óptica para instalação de uma rede, é necessário a utilização de conectores ópticos. Os principais conectores são do tipo SMA, ST, MIC e SC. Os conectores do tipo ST são os mais atuais usado em redes Ethernet de 10Mbits e os SC em redes Ethernet de 100Mbits e o MIC em redes FDDI.
Geralmente utilizado com cabos coaxiais, nas redes de topologia em barra. Em cada ponta do cabo coaxial existirá um conector do tipo BNC. As placas padrão Ethernet possuem conectores BNC tipo fêmea que receberão os conectores tipo macho do cabo coaxial.
3.3 Tomada de telecomunicações
A norma EIA/TIA 568 prevê a utilização das tomadas de telecomunicações para interligação dos equipamentos de rede ao cabeamento horizontal.
3.4 Line Cords e Patch Cables
Os line Cords e Patch Cables são cabos utilizados para interligação dos equipamentos de redes a tomada de telecomunicação e dos hubs aos Patch panels respectivamente.
Os cabos devem ser adquiridos diretamente do fabricante ou montados pelos instaladores, utilizando-se cabo par trançado de 4 pares com condutores flexíveis e não sólidos. O conector RJ45 deverá ser o apropriado para cabos par trançado flexíveis, que é diferente do utilizado normalmente.
Para os line cords deverá ter um comprimento máximo de 3 metros e no máximo 6 metros para os patch cables.
3.5 Painéis de distribuição (Patch Panels)
Possui a função de fazer a conexão entre o cabeamento que sai do Rack e chaga as tomadas de telecomunicação e permitir que uma mudança, como por exemplo, de um determinado usuário de um segmento para outro seja feita fisicamente no próprio Rack.
Os Patch Panels são dimensionados pelo número de portas, geralmente, 24, 48 e 96 portas RJ45. A quantidade de Patch Panels assim como o número de portas dependem do número de pontos de rede.
Os Patch Panels podem ainda ser modulares, onde podemos instalar conectores extras como conectores RJ45, BNC e conectores para fibra óptica.
Na norma EIA/TIA 568 o patch panel deve ficar instalado no Telecommunications Closets (TC).
Os componentes de cabeamento estruturado para montagem em Rack, devem seguir a largura de 19” e altura variando em Us ( 1 U = 44mm ).
3.6 Painéis de conexão (Cross conections)
Os painéis de conexão tem a função semelhante a do patch panel, porém não possuem conectores RJ45. Estes dispositivos possuem uma base onde são montados os conectores IDC ( Insulation Displacement Contact ). A utilidade se dá no caso de necessidade de emendas ou distribuições em andares.
3.7 Ring Run
São dispositivos utilizados para guiar os patch cables dentro do Rack para melhor organização dos mesmos e evitar que o peso dos cabos não interfira nos contatos tanto nos Hubs como nos patch panels.
3.8 Racks
O Rack também chamado de bastidor ou armário, tem a função de acomodar os Hubs, Patch Panels e Ring Runs. Suas dimensões são : Altura variável em Us ( 1 U = 44mm ) e largura de 19”. Quanto a utilização de um Rack aberto ou fechado dependerá do nível de segurança onde o mesmo será instalado. Se for em um CPD, onde só entram pessoas autorizadas, é aconselhável utilizar-se de Rack aberto, pois como ele é composto de hastes laterais, a manutenção fica facilitada.
Em instalações onde existe a necessidade de Racks distribuídos ( em andares por exemplo ), aconselha-se o uso de Racks fechados que possuam porta frontal em acrílico, para visualização dos equipamentos, e que esta porta tenha chave.
4. Recomendações sobre instalação do cabeamento estruturado
Na norma EIA/TIA 569 sobre cabeamento estruturado, existem recomendações sobre as passagens dos cabos que devem ser respeitadas, para que os mesmos possam ser certificados no teste final.
A seguir algumas recomendações.
4.1 Distâncias a serem respeitadas
- Distância de no mínimo 15cm de linhas de até 2KVA;
- Distância de no mínimo 30cm de linhas de alta voltagem (Lâmpadas Fluorescentes);
- Distância de no mínimo 1m de transformadores e motores;
- Distância máxima entre caixas de passagem menor ou igual a 15m;
- Do teto até a tomada de rede o cabo deverá ser acondicionado em canaletas sistema X ou similar ( não deverá existir cabo aparente ). Para o caso de não haver conduítes internos.
4.2 Tabela de conduítes
Esta tabela apresenta o número de cabos que podem passar em uma tubulação em função do diâmetro nominal. Cabe ressaltar que os cabos devem ser amarrados em espaços de aproximadamente 3 a 5m , introduzidos nas tubulações todos ao mesmo tempo, para evitar tensionamento indevido em um determinado cabo e para melhor passagem nas curvas.
Conduíte |
Número de cabos |
|||||||||||
Diâmetro Interno |
O.D mm (pol. ) |
|||||||||||
mm. |
pol. |
Trade Size |
(.13) |
(.18) |
(.22) |
(.24) |
(.29) |
(.31) |
(.37) |
(.53) |
(.62) |
(.70)
|
15.8 |
0.62 |
1/2 |
1 |
1 |
0 |
0 |
0 |
0 |
0 |
0 |
0 |
0 |
20.9 |
0.82 |
3/4 |
6 |
5 |
4 |
3 |
2 |
2 |
1 |
0 |
0 |
0 |
26.6 |
1.05 |
1 |
8 |
8 |
7 |
6 |
3 |
3 |
2 |
1 |
0 |
0 |
35.1 |
1.38 |
1 1/4 |
16 |
14 |
12 |
10 |
6 |
4 |
3 |
1 |
1 |
1 |
40.9 |
1.61 |
1 1/2 |
20 |
18 |
16 |
15 |
7 |
6 |
4 |
2 |
1 |
1 |
52.5 |
2.07 |
2 |
30 |
26 |
22 |
20 |
14 |
12 |
7 |
4 |
3 |
2 |
62.7 |
2.47 |
2 1/2 |
45 |
40 |
36 |
30 |
17 |
14 |
12 |
6 |
3 |
3 |
77.9 |
3.07 |
3 |
70 |
60 |
50 |
40 |
20 |
20 |
17 |
7 |
6 |
6 |
90.1 |
3.55 |
3 1/2 |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
22 |
12 |
7 |
6 |
102.3 |
4.02 |
4 |
- |
- |
- |
- |
- |
- |
30 |
14 |
12 |
7 |
O.D = Diâmetro externo Típico = 5.6mm
Obs:
No dimensionamento da tubulação, deve-se considerar expansão de pontos de pelo menos 30%. |
4.3 Infra-estrutura
A infra-estrutura é toda a parte por onde irá passar o cabeamento, é constituída por:
- Tubulações internas e externas
- Calhas de piso
- Eletrocalhas
- Canaletas
- Obras Civis
As tubulações internas são aquelas construídas internamente nos prédios. Para este tipo de tubulação as recomendações da norma é que sejam construídas em eletroduto de PVC rígido anti-chama e que possuam caixas de passagem a cada 15 metros, e que tenham no máximo 2 curvas de 90o entre suas extremidades.
As caixas de passagem facilitam a passagem dos cabos pelos técnicos e estando a 15m uma da outra garantem menor esforço nos cabos, conseqüentemente não se danificam os mesmos.
As tubulações externas são construídas externamente aos prédios. Podem ser instaladas percorrendo paredes, enterradas no chão, embutidas em paredes e em alguns casos suspensa sustentada por cabo de aço. As recomendações são que sejam construídas em tubos de ferro galvanizado do tipo pesado e que seja pintada, demais recomendações são as mesmas citadas para as tubulações internas.
As calhas de piso geralmente são instaladas no momento da construção do prédio, pois são embutidas na laje. Para estas calhas existem diversas soluções de mercado. O indicado é que no dimensionamento procure-se por empresa especializada. Existem soluções por exemplo, de calhas com divisões para cabos elétricos correrem na mesma calha que os cabos de dados e de voz.
As eletrocalhas também conhecidas como leito para cabos, possuem a mesma função das tubulações, ou seja correr cabos. Estas, são instaladas com fixação no teto através de tirantes fixados com sistema de tiro ou parafuso. A instalação destes dispositivos tem custo bem convidativo e facilitam bastante no momento da instalação dos cabos, pois são abertas. O único inconveniente é que deve-se ter uma solução para que elas não fiquem aparentes, teto com forro por exemplo.
As canaletas são construídas geralmente em PVC ou alumínio e utilizadas com o intuito também de correr os cabos, porém são utilizadas mais próximas do usuário. Ao construir-se tubulações ou sistemas de leito , o cabo deve sair destes sistemas e chegar até a tomada de rede, para isto necessitamos de um melhor acabamento, então utiliza-se canaletas. São geralmente fixadas em paredes ou divisórias.
5. Considerações sobre aterramento
Aterramento é um ponto de referência para todo sinal elétrico. É projetado de modo a escoar o ruído da linha de energia AC em um fio terra.
Em alguns casos o ruído causado por um monitor de vídeo, poderá criar erros em um sistema de computador, fato que se agrava com a falta de aterramento.
Nas instalações de redes locais, aconselha-se a contratação de empresa especializada em instalações elétricas para computadores, com o intuito de dimensionar e instalar um aterramento de qualidade.
5.1 Unidade de aterramento
Todas as tomadas elétricas de um sistema de alimentação de rede não devem possuir um único terra comum.
Os sistemas elétricos para redes de microcomputadores, utilizam três fios : FASE ( Branco / Vermelho / Preto ) , Neutro ( Azul ) e Terra ( Verde ).
A verificação de um aterramento satisfatório dá-se na medição da voltarem entre o Neutro e o Terra, que nos casos especificados deve possuir uma tensão entre 0,6 < V < 1,0 Vca.
6. Documentação
Todas as recomendações feitas até aqui são importantes para a especificação e instalação de redes. Porém, uma rede bem documentada proporciona um melhor controle sobre os pontos de rede. Conforme recomendado pela norma EIA/TIA 606.
6.1 Estrutura da documentação
A documentação sobre o cabeamento de rede deverá conter:
- Tabela de identificação dos pontos.
- Relatório de testes e relatório de certificação para categoria 5.
- Relação de material utilizado, como modelo, marca, part number, etc.
- Planta com plotagem dos pontos.
- Diagrama de tubulações.
6.1.1 Tabela de identificação dos pontos de rede
Esta tabela deverá conter o máximo de informações para melhor orientação do pessoal técnico responsável, no momento de mudanças ou possíveis falhas. A seguir é fornecida uma tabela como exemplo:
Departamento |
Nº HUB |
Porta HUB |
Nº Patch |
Porta Patch |
Tomada |
Usuário |
Escritório |
1 |
1 |
1 |
1 |
1 |
ANACRIS |
Escritório |
1 |
2 |
1 |
2 |
2 |
CELSOBC |
Escritório |
1 |
3 |
1 |
4 |
4 |
CARLOSM |
Escritório |
1 |
4 |
1 |
4 |
4 |
MARCORI |
Escritório |
1 |
5 |
1 |
5 |
5 |
NC |
Escritório |
1 |
6 |
1 |
6 |
6 |
LAURACM |
Escritório |
1 |
7 |
1 |
7 |
7 |
OLVAOLP |
Escritório |
1 |
8 |
1 |
8 |
8 |
NC |
Produção |
2 |
1 |
2 |
1 |
9 |
MARCOS |
Produção |
2 |
2 |
2 |
2 |
10 |
ALVAROA |
Produção |
2 |
3 |
2 |
3 |
11 |
NC |
Produção |
2 |
4 |
2 |
4 |
12 |
NC |
Nesta tabela poderia ainda constar: Ramal do usuário, qual micro, número do segmento, localização física do HUB, etc.
Além desta tabela devemos ter a identificação nos Patch Panels da seguinte forma:
Porta Patch |
01 |
02 |
03 |
04 |
05 |
06 |
07 |
08 |
Cód. Ponto |
E01 |
E02 |
E03 |
E04 |
NC |
E06 |
E07 |
NC |
Atualmente os testes mais exigidos são os testes para certificação categoria 5, que como já foi dito, é emitido por instrumento apropriado.
Os testes são feitos e armazenados no instrumento depois então o técnico descarrega os dados para um micro através da porta serial, então imprime o relatório.
PENTASCANNER+
CABLE CERTIFICATION REPORT
Circuit ID: RH-15
Date: May 20,97 |
6.1.3 Planta com plotagem dos pontos
As plantas também são itens fundamentais na documentação, pois facilita a manutenção e estudos de layout. O ideal destas plantas é que elas tenham a localização, número do ponto, e ainda o percurso dos cabos.
6.2 Identificação dos cabos
A norma EIA/TIA-606 é baseada em três conceitos de administração de cabos:
- Identificadores Únicos
- Registros
- Ligações
- Ligações
Cada componente da infra-estrutura de telecomunicações atribui uma única etiqueta vinculando o componente ao seu registro correspondente.
Registros contém informações ou relatórios sobre um componente específico. Todos os registros contém as informações exigidas, as ligações exigidas, informações adicionais e outras ligações.
Ligações são consideradas conexões "lógicas" entre identificadores e registros bem como vínculos entre um registro e outro.
A codificação por cores dos campos de terminação pode simplificar a administração do sistema de cabeamento de telecomunicações. A codificação por cores é baseada nos dois níveis hierárquicos da configuração estrela do cabeamento do backbone.
O primeiro nível inclui o cabeamento da conexão cruzada principal ao armário de telecomunicações (TC) no mesmo edifício ou de uma conexão cruzada intermediária a um edifício remoto, como em um ambiente de campus.
O segundo nível inclui o cabeamento entre dois TCs em um edifício contendo a conexão cruzada principal ou entre uma conexão cruzada intermediária e um TC em um edifício remoto. Todos os componentes do sistema de cabeamento precisam ser identificados e etiquetados. Há uma quantia mínima de informações a serem coletadas e registradas por cada componente com as informações exigidas e ligações a outros registros.
6.2.1 Informações exigidas nas identificações dos cabos e rotas
Registro do componente
|
Informação
exigida |
Ligações
Exigidas |
Rotas |
Identificador da rota Tipo da rota Ocupação da rota Carregamento da rota |
Registros do cabo Registros do espaço (término e acesso) Outros registros da rota Registros do aterramento |
Cabo |
Identificador de cabo Tipo do cabo Par não terminado / número de condutores Par danificado / número de condutores Par disponível / número de condutores |
Registros da posição da terminação
(ambas as pontas) Registros da emenda Registros da rota Registro do aterramento |
Emenda |
Identificador da emenda Tipo da emenda |
Registros do cabo (todos os cabos) Registros do espaço |
6.3 Etiquetas de identificação
Usadas para identificação dos cabos e rotas de cabos.
Devem ser auto-adesivas para os cabos e do tipo de fixação para os feixes de cabos e/ou rotas.
Devem ser auto-adesivas para os cabos e do tipo de fixação para os feixes de cabos e/ou rotas.
7. Desempenho dos meios de transmissão
A atenuação é comumente derivada da medida do sinal de varredura da freqüência na saída de um cabo de comprimento maior ou igual a 100 metros (328 ft), ou seja, é a perda de potência do sinal no meio, em função da distância a uma determinada freqüência.
As perdas por diafonia ou NEXT são comumente derivadas de medidas de varredura de freqüência. Por exemplo, na comunicação de voz, seus efeitos são sentidos por linhas cruzadas, isto é, vozes estranhas que são escutadas durante uma ligação telefônica.
Freqüência (MHz) |
Cat. 3 Atenuação (dB) |
Cat. 4 Atenuação (dB) |
Cat. 5 Atenuação (dB) |
1,0 |
2,6 |
2,2 |
2,0 |
4,0 |
5,6 |
4,3 |
4,1 |
8,0 |
8,5 |
6,2 |
5,8 |
10,0 |
9,7 |
6,9 |
6,5 |
16,0 |
13,1 |
8,9 |
8,2 |
20,0 |
- |
10,0 |
9,3 |
25,0 |
- |
- |
10,4 |
31,25 |
- |
- |
11,7 |
62,5 |
- |
- |
17,0 |
100,0 |
- |
- |
22,0 |
Atenuação por 100 metros (328 pés) @ 20° C
Fontes:
Bibliografia
AUTOR: Alvaro André - Bydec - aandre@domain.com.br
1. Formação de Analista de Redes.
Unidade Rede Local 1 e 2.
Roberto Marzôa e Sérgio Elly Volaro.
2. Tudo sobre Cabeamento de Redes.
Frank Derfler Jr.
3. PC Magazine Guia Para Interligação de Redes Locais.
Frank Derfler Jr.
4. Introdução ao Cabeamento Estruturado.
Avelino Natal Bazanela Jr.
http://br.geocities.com/avelino_junior
5. Cabeamento Estruturado – Tire suas dúvidas.
http://www.contattos.com.br/cabeamento
6. Cabeamento Estruturado – Furukawa.
http://www.furukawa.com.br
7. AMP Premisses Network Solutions ( 06 / 1997 ).
8. Sistemas de Cabeação Estruturada.
EIA/TIA 568.
RNP 1998.
9. Catálogo Black Box
10. http://www.amp.com/
11. http://www.premisesnetworks.com